O Kuvasz (plural Kuvasok) é uma raça muito antiga que integra o rol das denominadas “raças naturais” as quais se destacam pela preservação das características encontradas na natureza. Neste sentido, fotos e ilustrações feitas no século XVIII mostram animais que possuem substancialmente as características presentes nos cães da atualidade. Trata-se de um cão de porte médio/grande, cuja função básica era o pastoreio e a guarda de propriedades. Nestas duas funções tem um comportamento de destaque e, especialmente como guarda, é considerado “incorruptível”.
A moderna criação da raça Kuvasz iniciou-se em 1883. Neste ano, dois cães foram exibidos em Viena, Áustria, pelo nobre húngaro Miksa Esterházy. Na Alemanha, por sua vez, a criação da raça para fins de reprodução começou em 1901. O primeiro padrão da raça foi escrito por Buzzi em 1905. O tamanho do Kuvasz permaneceu inalterado durante toda a sua história e fotos realizadas em 1883 mostram os mesmos cães que temos hoje. O primeiro Kuvasz macho foi trazido para os EUA em 1920 e registrado no American Kennel Club. O Cuvac eslovaco e o Owczarek Podhalanski (Pastor-de-tatra polaco) originaram-se da mesma população. Algumas pequenas diferenças, como a forma do olho, o posicionamento da cauda quando o animal está em movimento, a pelagem, foram ressaltados quando da definição do padrão dessas três raças. Os exemplares típicos destas três raças, apesar das semelhanças, são significativamente distintos. O padrão húngaro, proposto por “Abonyi”, foi aceito pela FCI e publicado em 1937 sob o número “54”. Em 1966, uma versão revisada foi publicada sob o número “54/b”. Este é o único padrão que deve ser traduzido e descrito da melhor forma, mas nunca alterado.
A mais importante característica do Kuvasz é a cabeça em forma de cunha, os olhos amendoados e pelagem dupla, composta de pelo e subpelo. A textura do pelo é moderadamente áspera e ondulada, enquanto o subpelo é grosso e lanoso (canis familiaris undulans hungaricus, Abonyi L., 1935). A Segunda Guerra Mundial foi devastadora para a raça: Kuvaszok protetores e destemidos foram baleados pelos soldados invasores. Os poucos sobreviventes, sem pedigrees, não eram os melhores. Antal Kovács fundou o canil Gyapjus (“Enovelado”) em 1953, o qual permitiu uma melhora na seleção e qualidade dos animais nos anos 60. O mais famoso pradeador na época, Gyapjus Morcos, produziu excelentes descendentes. O número de proprietários e criadores privados cresceu nos anos 70, sendo que cerca de 240 cães foram apresentados à época em uma exposição em Budapeste. Na ocasião, cães de origem desconhecida obtiveram “B-pedigrees” e alguns cães eslovacos e poloneses foram agregados ao pool genético. Verificou-se a partir de então um interesse crescente no exterior e exemplares de melhor qualidade passaram a ser exportados, especialmente para a Holanda e Suécia.
O Kuvasz é a única raça húngara a ter sérios problemas de padrão e de julgamentos fora da Hungria. A história remonta à Alemanha, onde um “Komondor Club” foi criado em 1922 e cães de ambas as raças foram importados e cruzados entre si. Suspeita-se que cães poloneses e eslovacos e talvez mesmo o cão dos Pirineus foram acasalados (misturados) com Kuvaszok na Alemanha. Olhos redondos, lábios “soltos”, corpo alongado, membros posteriores desalinhados e problemas na movimentação encontravam-se presentes nestes animais “atípicos”. As características acima, foram denominadas “falhas alemãs”. Considerando-se que o cão alemão Fogasch vom Schwabensee gerou muitos filhotes na Hungria e alguns animais eslovacos e poloneses receberam pedigrees “B”, como já mencionado, estas “falhas” apareceram, porém em proporções mais baixas, também na Hungria. Assim, juízes encontravam-se em uma situação extremamente difícil quando solicitados a avaliar animais belos, grandes, mas não completamente de acordo com o padrão da raça, vis-à-vis um cão 100% típico, porém com “falhas”. Tal ocorrência é menos frequente na Europa. Podemos, todavia, encontrar vestígios destes cães nos EUA e no Canadá. O pelo ondulado ainda é apenas uma alternativa no padrão do AKC e a escovagem vigorosa nestes países, particularmente antes de exposições, implica que as características naturais da raça deixam de ser apresentadas e consequentemente avaliadas. Hoje, o Kuvasz é uma raça cada vez mais popular na Hungria, nos Estados Unidos, no Canadá, na Alemanha, na Holanda, Suécia e outros países, incluindo o Brasil. Algumas pessoas têm tentado readaptar o Kuvasz à sua função original de proteger rebanhos contra o ataque de coiotes, ursos pardos e outros predadores.
Listamos abaixo os endereços eletrônicos de clubes e de associações dedicados à raça Kuvasz para que os leitores que tenham interesse possam entrar em contato diretamente.
As descrições do “Padrão da Raça” contidas nesta seção foram retiradas de artigo especializado publicado na revista “Cães de fato”, 111, Anuário 2017, disponível em https://caesdefato.com.br/2018/12/20/111-b/, e do site da Fédération Cynologique Internationale – FCI, disponível em http://www.fci.be/en/nomenclature/KUVASZ-54.html.
© Copyright 2022 – Emek Hayarden Kennel | créditos
O Kuvasz (plural Kuvasok) é uma raça muito antiga que integra o rol das denominadas “raças naturais” as quais se destacam pela preservação das características encontradas na natureza. Neste sentido, fotos e ilustrações feitas no século XVIII mostram animais que possuem substancialmente as características presentes nos cães da atualidade. Trata-se de um cão de porte médio/grande, cuja função básica era o pastoreio e a guarda de propriedades. Nestas duas funções tem um comportamento de destaque e, especialmente como guarda, é considerado “incorruptível”.
A moderna criação da raça Kuvasz iniciou-se em 1883. Neste ano, dois cães foram exibidos em Viena, Áustria, pelo nobre húngaro Miksa Esterházy. Na Alemanha, por sua vez, a criação da raça para fins de reprodução começou em 1901. O primeiro padrão da raça foi escrito por Buzzi em 1905. O tamanho do Kuvasz permaneceu inalterado durante toda a sua história e fotos realizadas em 1883 mostram os mesmos cães que temos hoje. O primeiro Kuvasz macho foi trazido para os EUA em 1920 e registrado no American Kennel Club. O Cuvac eslovaco e o Owczarek Podhalanski (Pastor-de-tatra polaco) originaram-se da mesma população. Algumas pequenas diferenças, como a forma do olho, o posicionamento da cauda quando o animal está em movimento, a pelagem, foram ressaltados quando da definição do padrão dessas três raças. Os exemplares típicos destas três raças, apesar das semelhanças, são significativamente distintos. O padrão húngaro, proposto por “Abonyi”, foi aceito pela FCI e publicado em 1937 sob o número “54”. Em 1966, uma versão revisada foi publicada sob o número “54/b”. Este é o único padrão que deve ser traduzido e descrito da melhor forma, mas nunca alterado.
A mais importante característica do Kuvasz é a cabeça em forma de cunha, os olhos amendoados e pelagem dupla, composta de pelo e subpelo. A textura do pelo é moderadamente áspera e ondulada, enquanto o subpelo é grosso e lanoso (canis familiaris undulans hungaricus, Abonyi L., 1935). A Segunda Guerra Mundial foi devastadora para a raça: Kuvaszok protetores e destemidos foram baleados pelos soldados invasores. Os poucos sobreviventes, sem pedigrees, não eram os melhores. Antal Kovács fundou o canil Gyapjus (“Enovelado”) em 1953, o qual permitiu uma melhora na seleção e qualidade dos animais nos anos 60. O mais famoso pradeador na época, Gyapjus Morcos, produziu excelentes descendentes. O número de proprietários e criadores privados cresceu nos anos 70, sendo que cerca de 240 cães foram apresentados à época em uma exposição em Budapeste. Na ocasião, cães de origem desconhecida obtiveram “B-pedigrees” e alguns cães eslovacos e poloneses foram agregados ao pool genético. Verificou-se a partir de então um interesse crescente no exterior e exemplares de melhor qualidade passaram a ser exportados, especialmente para a Holanda e Suécia.
O Kuvasz é a única raça húngara a ter sérios problemas de padrão e de julgamentos fora da Hungria. A história remonta à Alemanha, onde um “Komondor Club” foi criado em 1922 e cães de ambas as raças foram importados e cruzados entre si. Suspeita-se que cães poloneses e eslovacos e talvez mesmo o cão dos Pirineus foram acasalados (misturados) com Kuvaszok na Alemanha. Olhos redondos, lábios “soltos”, corpo alongado, membros posteriores desalinhados e problemas na movimentação encontravam-se presentes nestes animais “atípicos”. As características acima, foram denominadas “falhas alemãs”. Considerando-se que o cão alemão Fogasch vom Schwabensee gerou muitos filhotes na Hungria e alguns animais eslovacos e poloneses receberam pedigrees “B”, como já mencionado, estas “falhas” apareceram, porém em proporções mais baixas, também na Hungria. Assim, juízes encontravam-se em uma situação extremamente difícil quando solicitados a avaliar animais belos, grandes, mas não completamente de acordo com o padrão da raça, vis-à-vis um cão 100% típico, porém com “falhas”. Tal ocorrência é menos frequente na Europa. Podemos, todavia, encontrar vestígios destes cães nos EUA e no Canadá. O pelo ondulado ainda é apenas uma alternativa no padrão do AKC e a escovagem vigorosa nestes países, particularmente antes de exposições, implica que as características naturais da raça deixam de ser apresentadas e consequentemente avaliadas. Hoje, o Kuvasz é uma raça cada vez mais popular na Hungria, nos Estados Unidos, no Canadá, na Alemanha, na Holanda, Suécia e outros países, incluindo o Brasil. Algumas pessoas têm tentado readaptar o Kuvasz à sua função original de proteger rebanhos contra o ataque de coiotes, ursos pardos e outros predadores.
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